Tribo das Artes
(Em homenagem ao Movimento Cultural Tribo das Artes, de Taguatinga - DF)
Que povo é esse que fala De arte e revolução E, sem ter nada na mão, Tanta beleza espalha? São soldados na batalha, Vão travando seus conflitos Com os versos mais bonitos E canto forjado em brasa. Nossos sonhos criam asas Nas entranhas dessa Tribo. Essa Tribotem os braços, Para o abraço do encontro, Pra fazer o contraponto Dessa vida de cansaço. Nossa Tribo tem palhaços, Tem fotógrafos, atores, Tem poetas, cantadores, Pintores e militantes. Nossa Tribo tem amantes Que transformam seus amores. Apesar de diferentes, Falam coisas parecidas Que já andavam esquecidas No meio da nossa gente. Falam de um povo contente Lutando por toda parte. E que tem por baluarte A cultura brasileira. É uma tribo guerreira Essa tal Tribo das Artes. É um povo brasileiro. É índio sem ter cacique. E o que eu acho mais chique É revelar o chiqueiro Que é a vida do banqueiro. Vivendo só da usura. Todo mês manda a fatura. Pro nosso povo pagar. Mas isso tem que acabar. Já chega de ditadura. Essa Tribo é o bicho. E no meio dessa gente, Eu sei que fico é contente Que nem um pinto no lixo. Vem um e diz com capricho Como o país é roubado. Vem outro apaixonado E diz uns versos de amor. Aí chega um tocador. E é amor pra todo lado. Um fala de Dom Quixote Sonhando com Dulcinéia. O véio lembra da véia, Do cheiro do seu cangote. Um poeta diz um mote Falando de liberdade E um cantador de verdade Diz que livre é só o povo Que constrói o mundo novo Com sua própria vontade. Criticando a exploração, O cantador glosa rima. Aí todo mundo anima, Canta e dança no salão. Toma o vinho, come o pão, Beija a boca mais querida, Acorda a alma esquecida, Que andava sem paradeiro. Vai junto com os companheiros Tomar as rédeas da vida. (do livro: Fadas Guerreiras, à venda em www.caca.art.br)
Carlos Augusto Cacá
Enviado por Carlos Augusto Cacá em 05/12/2006
Alterado em 19/02/2007 |