Poesia
Quando o homem abre o olho
E começa a enxergar, Qualquer brilho lhe ofusca, Mas continua a olhar. Quando começa a andar Passos desequilibrados, Pode até perder o rumo, Mas segue seu caminhado. Quando começa a falar Fonemas desencontrados, Pode até não ter o sentido, Mas sente que é escutado. Quando se joga no barro, Lambuza piso e parede, Não é artista nem nada, É pra saciar a sede. E quando pensa que é gente, Que anda com suas pernas, Aí fica diferente: Sua poesia hiberna. Quando não quer perder tempo, Exige o troco de tudo, Fala pelos cotovelos, E começa a ficar surdo. Quando desenha o mundo Pensando só no seu ego, Não é artista, nem homem, Nem visionário, nem cego. Não há homem sem o outro. Não há noite sem o dia. Não há desejo sem sonho. Não há nada sem poesia. do livro Fadas Guerreiras, LGE Editora, 2ª Edição.
Carlos Augusto Cacá
Enviado por Carlos Augusto Cacá em 21/03/2007
Alterado em 21/03/2007 |