Augusto Cacá

A poesia representa o homem para que ele se reconheça, se estranhe e se transforme. Fadas Guerreiras

Textos

Chefe é chefe
Minha chefe
Sempre olha atravessado
Quando eu chego atrasado.
De outra feita,
Tá olhando pro armário
Quando eu chego no horário.
Sempre encontro
Minha chefe no caminho
Quando saio de fininho.

Mas ela é competente,
Porém, não gosta de prosa.
Eu fui conversar com a Rosa,
E ela separou a gente.
Com ar de inteligente
E tanta sabedoria,
Se a produção caía,
Ela logo me apertava.
E quando eu ia, ela voltava.
Quando eu voltava, ela ia.

Se o processo dá problema,
Discuto com minha chefe.
Primeiro rezo uma prece,
Uma missa, uma novena.
Pois eu explicava o tema
E logo que ela entendia
A tese que eu defendia,
Já, de cara, discordava.
E quando eu ia, ela voltava.
Quando eu voltava, ela ia.

Se chego e abro o processo,
Vou lendo e fazendo notas,
Ela finge que nem nota
As horas que não converso.
Mas, se eu fizesse um verso,
Ela apareceria
Vejam só o que diria:
- Fingindo que trabalhava!
E quando eu ia, ela voltava.
Quando eu voltava, ela ia.

Eu sento e pego o micro
Pra fazer a instrução,
Ela nem dá atenção
Às horas que ali fico.
Cansado de pagar mico,
Lembrava do e-mail e abria.
Mas logo ela aparecia
Pra ver o que eu “tanto olhava”.
E quando eu ia, ela voltava.
Quando eu voltava, ela ia.

Entre eu e minha chefe
Há sempre um mal entendido.
Eu sou muito esquecido,
Porém, ela não me esquece.
Quando eu subo, ela desce.
Se eu descesse, ela subia.
Era aquela correria
E a gente desencontrava.
E quando eu ia, ela voltava.
Quando eu voltava, ela ia.
Carlos Augusto Cacá
Enviado por Carlos Augusto Cacá em 10/10/2013


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